segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A teoria e a prática em religião

Toda teoria se consolida na prática. Toda prática pressupõe uma teoria. Naquilo que é esencial, não é conveniente fazer distinção entre teoria e prática.

No dia-a-dia deve-se viver grande parte das ações de forma quase automática, por meio de hábitos e costumes que tenham sido peneirados pelo senso crítico ao longo da História. Isso implica praticar a verdadeira religião sem necessidade de parar para pensar se cada ação é correta ou não, pois já se sabe que é correta.

A religião verdadeira, por exemplo, dita por Cristo, é o amor. E ninguém que ama tem dúvida sobre o amor. Geralmente o amor se manifesta entre pais e filhos, e não há necessidade de teoria para explicá-lo, embora seja interessante que os pesquisadores descubram algo de útil sobre a condição que leva ao amor.

Em Tiago 1:27 lê-se que "A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo." Essa passagem ilustra que o homem comum não precisa de teoria sobre religião, mas precisa ser treinado, desde a tenra infãncia, para praticá-la, naquilo que é essencial, sem precisar evocar uma teoria.

Tiago apenas repetiu, com outras palavras, algo que Jesus Cristo já havia dito. Porém, os teóricos não se contentam com isso. Eles formulam teorias sofisticadas e rigorosas e, muitas vezes, tratam a prática como irrelevante. Às vezes o conflito é colocado no dilema da fé versus obras, gerando a negação prática das duas coisas.

Assim, conforme penso, é preciso caminhar sem estabelecer a precedência da teoria sobre a prática ou da prática sobre a teoria. A vida religiosa, por si mesma, é prática. Mas, isso não significa que o religioso não possa dedicar-se a conhecer a teoria sobre qualquer assunto. Mesmo na religião ele pode teorizar, desde que não se esqueça de praticar aquilo que está ao seu alcance.

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