segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Fé, amor e razão

Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. Hebreus 11:1

Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor. 1 João 4:8

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. João 1:1

A fé e o amor, em sentido genérico, são comuns a todo ser vivo. Equivale ao instinto e, quanto a isso, é inteiramente natural.

O Verbo, ou Palavra, é também o Logos, ou Razão. Compete à razão dominar o instinto, evitando que se engane e que se manifeste apenas como descarga natural de tensões.

Portanto, a fé que remove montanhas sem ação não é a condição humana normal. O homem, vivendo no corpo material, necessita usar sua fé para interagir com o seu entorno, envolvendo outros homens e a natureza.

A felicidade verdadeira do homem está no amor, e a plenitudo do amor pode ser encontrada na sua expressão máxima: Deus. "(...) o reino de Deus está entre vós. Lucas 17:21".

Então, o amor é a grande síntese. Quem o encontra não precisa de mais nada. Porém, a condição humana não é a do amor puro, pois isso só seria possível se ele fosse espirito puro.

A condição humana exige ação transformadora dos elementos naturais colocados à sua disposição. Para tal devem entrar em ação a fé e a razão.

Portanto, quem é puro amor é um com Deus. Jesus Cristo foi a figura central que expressou essa condição. Ele era Filho de Deus, e era um com Deus, e era, então, Deus.

Mas, o homem, embora seja filho do Altíssimo, e sendo deus, não é Deus. Ele pode conhecer Deus pela fé, mas só amando pode-se dizer que O conhece verdadeiramente. E, como homem, precisa usar sua razão, que é uma fraça infinitesimal da Razão/Logos de Deus.

A razão permite ao homem agir com método, coordenando a fé e o amor para que não se engane, ou se engane o mínimo possível, ou que elimine os erros enquanto age por necessidade ou por decisão de agir de forma planejada. Assim, pode-se dizer que se atinge o máximo da condição humana livre pela vida racional.

A vida racional realiza-se plenamente, por sua vez, no amor que transcende a condição humana.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A opinião, a crença e o saber em religião

A opinião em religião, como em qualquer outra área, não tem valor objetivo ou subjetivo. Ela pode ser aceita sem ressalvas num "brainstorm", cuja regra exige aceitação sem julgamento, até segunda ordem. Mas só isso.

A crença em religião foi devidamente desmoralizada no versículo "Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem. Tiago 2:19".

E quanto ao saber?

O saber é tanto objetiva quanto subjetivamente suficiente. Entretanto, deve-se pensar o saber na sua dimensão integral.

Sabe-se por ouvir falar, o que, de fato, não tem nada a ver com o saber ao qual estou me referindo.

Sabe-se por saber fazer, o que é mais profundo do que o saber falar, embora o falar com eloquência sobre qualquer assunto possa trazer mais prestígio do que o saber fazer puro.

Sabe-se integalmente quando se fala e faz, e se reflete sobre a prática. Entretanto, pode-se saber tacitamente, sem saber falar a respeito, mas apenas praticar.

A fé, que é superior à crença, é um saber que pode ser do tipo tácito: pode-se vivê-la sem saber explicá-la, como os místicos pouco intelecutalizados.

Porém, algumas poucas pessoas integram bem o saber o e fazer, de forma tácita e explícita. Nessas pessoas, lógica e mística, ou razão e fé, combinam-se com a prática.

Em última instância, quem atingre um nível tão elevado acaba fazendo silêncio, pois, falar muito a respeito seria como dar pérolas aos porcos.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Perdoar e pedir perdão

E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; Mateus 6:12

Perdoar é um santo remédio. Quem não perdoa é como se guardasse dentro de si uma bolsa que instilasse veneno diretamente na sua corrente sanguínea. Portanto, perdoar é uma necessidade para quem perdoa, e não depende do consentimento de quem é perdoado.

Já pedir perdão é mais difícil. Em primeiro lugar, é preciso ter coragem de vencer o orgulho para pedir aquilo que, eventualmente, não será concedido pelo outro. Porém, acredito que o pedido honesto, se não for aceito pelo próximo, será aceito diretamente por Deus.

Quando pedimos perdão a Deus, o prerrequisito é que sejamos capazes de perdoar. Vejo dois caminhos a seguir.

O primeiro caminho consiste em perdoar e pedir perdão ao próximo e, em seguida, pedir perdão a Deus. E Ele, como última instância, nos livrará de toda culpa, fazendo com que perdoemos a nós mesmos.

O segundo caminho consiste em pedir perdão a Deus e, com o coração pacificado, perdoar e pedir perdão ao próximo.

Em verdade, o perdão, muito antes de ser dado ou pedido por meio de palavras diretamente ao próximo, é um ato que acontece na mente e no coração, diante de Deus.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Tu crês?

Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem. Tiago 2:19

Essa chocante afirmação de Tiago induz-me a divulgar menos as minhas crenças, além de diminuir o meu escopo em relação a elas. Ela aumenta minha convicção de que o Evangelho é simples, porém difícil de praticar. Mas vale a pena tentar vivê-lo. Que Deus me ajude.