sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Aviso aos auditores do pecado alheio

O homem peca por pensamentos, palavras e atos, combinando todas essas possibilidades. Ele nada pode esconder de Deus, mas pode tornar difícil a vida dos seus auditores humanos.

Quanto aos pensamentos, há como escondê-los. Quanto às palavras, há como escolhê-las de forma que não representem o pensamento verdadeiro. Quanto aos atos, eles podem, em parte, ser praticados longe dos olhos dos auditores, embora sempre possam vir à tona com o tempo.

Contudo, dá menos trabalho apontar o dedo para os atos manifestos das pessoas que não têm a habilidade, ou a desonestidade de escondê-los. É fácil julgar quem fuma, bebe e pratica abertamente outros atos considerados pecaminosos pelos auditores do pecado.

Embora alguns desses pecadores ajam de forma deliberada, e não estejam "nem ai" para seus auditores, alguns deles, ou talvez muitos, deveriam ser ajudados por especialistas em saúde, ou por conselheiros sábios. Contudo, muitas vezes eles são desprezados e injustamente considerados indignos de apoio, sendo logo entregues a si mesmos para que se danem sozinhos.

Os auditores do pecado alheio precisam ficar mais atentos com os exemplos históricos e cotidianos. Vejamos alguns deles.

Certo homem não bebia, não fumava, e tinha hábitos muito apropriados à conservação da sua saúde. Ele queria salvar o mundo, tendo convencido muitos intelectuais e religiosos do seu país a dar-lhe aval. O homem era Hitler!

Conheci, na minha infância, um homem aparentemente muito religioso pelos padrões ortodoxos. Ele não bebia, não fumava, falava pouco e era considerado dedicado à família, ao trabalho e à igreja, na qual era autoridade exemplar. Um dia, durante a investigação de um crime bárbaro, ele suicidou-se ao perceber que havia sido descoberto como sendo o assassino.

Por outro lado, vi um homem bom ser expulso de sua igreja por ter-se tornado alcoólatra devido a decepções pessoais profundas. Ele não teve apoio para curar-se; antes, foi excluído sumariamente da membresia. Alguns anos mais tarde o homem se recuperou sozinho, vindo a reintegrar-se à igreja, sem mágoas. Conheço bem essa história, pois ele era meu pai.

Senhores auditores do pecado alheio: é preciso aprender a fazer o seu trabalho! No mínimo, é necessário aprender a arte da investigação, de modo a não julgar o réu antes da hora. É preciso, além de aprender a raciocinar como investigador, colocar-se no lugar do outro antes de julgá-lo. Isso é imperativo, ainda que não aceitem a ordem do Cristo "Não julgueis, para que não sejais julgados. Mateus 7:1".