quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Para pensar!

Mas não entres em questões loucas, genealogias e contendas, e nos debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs. Tito 3:9

Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem. Tiago 2:19

(...), e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. 1 Coríntios 13:2

A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo. Tiago 1:27

Marcos 12:29-31:
"E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.

Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.

E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes."

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O cristão e o amor ao dinheiro

O dinheiro é necessário até mesmo para o cristão mais despojado. Porém, o amor ao dinheiro degrada o ser humano e, muito particularmente, é um veneno para o cristão.

O assunto precisa ser discutido criticamente para: 1. elucidar a legitimidade das exigências que são feitas às ovelhas; 2. elucidar quando se estabelece o negócio religioso, com compradores e vendedores de benefícios divinos; 3. elucidar a necessidade de a ovelha contribuir para as despesas da igreja; 4. demonstrar a necessidade de a ovelha ficar livre do amor ao dinheiro.

A Posição de Jesus
Ele tinha o apoio de alguns seguidores para satisfazer suas necessidades materiais, mas não exigiu que eles lhe pagassem uma taxa fixa dos seus rendimentos.

Ele valorizou a viúva pobre que deu a única moeda que tinha como oferta ao Senhor, esta recebida pelos sacerdotes do Templo.

Ele questionou os que davam o dízimo de tudo, mas não tinham misericórdia.

Enfim, Ele não era contra o dízimo, mas deixou claro que só o dízimo não é suficiente. Contudo, embora ele não tenha colocado o dízimo como um dos fundamentos de Sua Igreja, ficou implícito que os Seus seguidores, na medida de suas posses, deveriam prover os recursos necessários para sustentar a Igreja.

Sua maior demonstração do perigo do amor ao dinheiro ocorreu quando contou a parábola do jovem rico. O conselho - possivelmente pedagógico - que deu ao jovem para que completasse a sua perfeição, é que vendesse tudo que tinha e desse o dinheiro resultante aos pobres. Não ordenou que Lhe entregasse o dinheiro, nem aos sacerdotes.

A Posição do Apóstolo Paulo
Paulo, embora deixasse claro que tinha direito de ser custeado pelos seus filhos espirituais, preferiu ganhar o seu pão com o suor do próprio rosto. Contudo, pediu que se fizessem coletas para os pobres da igreja. A contribuição deveria ser voluntária, pois entrara em vigência a época da graça e do amor.

A Posição da Comunidade Cristã em Atos dos Apóstolos
Os cristãos decidiram, voluntariamente, partilhar seus bens. Contudo, quando Ananias mentiu, entregando menos do que apurou na venda de suas propriedades, foi punido com a morte. Ele poderia ter feito a opção de não dar nada, mas não poderia ter mentido. Ao mentir, demonstrou amor ao dinheiro e falta de integridade, e isso lhe foi fatal.

Os Falsos Profetas e o Amor ao Dinheiro
Jesus denunciou aqueles que faziam longas orações nas casas das viúvas para extrair-lhes vantagens, possivelmente, comes e bebes. Esse tipo pensava mais na satisfação do próprio estômago.

Hoje, há empreendedores religiosos que mais parecem negociantes da fé. Eles colocam os dízimos e ofertas em primeiro lugar, e elegem a si mesmos como sacerdotes e tesoureiros de Deus. A isso costumam acrescentar sacrifícios ousados para desafiar Deus a dar um grande retorno financeiro aos investidores. Alguns chegam a dizer que a Bíblia fala mais em dinheiro do que em salvação, justificando seus comportamentos ousados. Outros dizem ser canalizadores de milagres como contrapartida aos dízimos e ofertas.

Está em jogo o quanto se tem amor ao dinheiro e ao reconhecimento humano. É errado dar dízimos e ofertas esperando retorno, seja o Céu, sejam honras. É errado induzir ovelhas inocentes a pensar que podem comprar o Céu com sacrifícios financeiros. É errado, por outro lado, buscar benefícios na Igreja sem contribuir para a sua existência.

A Liberdade Frente ao Dinheiro
O cristão não pode servir a Deus e ao dinheiro. O trabalhador do Reino, embora mereça o seu salário, precisa tomar cuidado para não tornar-se um mero profissional assalariado. Muito menos é razoável que fique rico nesse serviço. O apóstolo Paulo é o modelo para a liberdade do trabalhador frente ao dinheiro das ovelhas.

Já as ovelhas podem demonstrar sua liberdade colocando, sem segundas intenções, o seu dinheiro à disposição dos trabalhadores sérios. Na minha opinião, a instituição Igreja pode, inclusive, fixar um percentual de contribuição para os seus membros, desde que isso não crie a impossibilidade de que alguns se tornem membros por falta de capacidade financeira. Porém, é preciso dar a justificativa correta para tal. A pior justificativa é aquela que busca na Bíblia jurisprudência para a legalidade de algo que pode ter interpretações diferentes a partir de intérpretes igualmente treinados.

Os que são apegados ao dinheiro poderiam, por exemplo, fazer o exercício do desapego, inicialmente seguindo a lei antiga dos 10%. Tão logo se desapegassem, poderiam doar de acordo com suas possibilidades e de acordo com as necessidades da obra, sem limites. É necessário que a consciência do doador esteja limpa e isenta de culpas e expectativas de retorno. Enfim, é preciso não cometer o pecado de tentar negociar com Deus.

Concluindo
Aqui na Terra, o trigo e o joio estão misturados. Há aqueles que agem como usurpadores, exigindo retorno em dinheiro e em reconhecimento desproporcionais à sua contribuição. Há os que são meros negociantes da fé. Há os que são mal preparados para lidar com o dinheiro. E há, evidentemente, trabalhadores sérios que necessitam de apoio financeiro para dedicarem-se integralmente à sua vocação.

É preciso, pois, aprender a lidar com o dinheiro de forma responsável, "Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores (Timóteo 6:10)".