quarta-feira, 13 de março de 2013

Todos somos religiosos

Erich Fromm, estudioso da natureza humana, afirmou que "todo ser humano necessita de um sistema de orientação e devoção". Isto é, todo ser humano é, por natureza, religioso. Resta investigar as diferentes religiões disponíveis, e como se chega a elas.

Em primeiro lugar, o ser humano age para satisfazer necessidades que, se não forem satisfeitas, geram deficiência de ser, conforme alertou Abraham Maslow. Contudo, ele sempre confunde necessidade com desejo e, assim, torna-se um religioso do poder, do consumo supérfluo, e dai por diante.

Os desejos são ilimitados e, satisfeitos uns, sempre aparecerão novos. Alguns desses desejos, se satisfeitos, diminuem o estoque de recursos que poderiam ser usados para a satisfação das necessidades de outrem. E, dessa realidade, surge o conflito capitalismo versus comunismo, ambos defensores de posições extremas e incompatíveis entre si.

O Evangelho de Cristo, à margem de qualquer sistema político, convida o indivíduo a adotar a religião correta, isto é, a religião do amor. E os que adotam a mesma religião podem reunir-se e, eventualmente, afetar a organização social de maneira progressiva.

Porém, a religião do amor, preconizada pelo Evangelho de Cristo, ao institucionalizar-se, pode sofrer todo tipo de influências negativas. Ela pode tornar-se um poder à parte, e ser usada para disfarçar a busca da religião do poder e do consumo, tudo isso em nome de Deus.

Contudo, cada ser humano, ao ser confrontado com sua situação desesperadora, pode, em algum momento, realinhar-se com a religião verdadeira, capaz de conduzi-lo ao mais elevado grau de desenvolvimento humano, indo além do humano animal para a vida do espírito alimentada pelo Espírito de Deus.

A esse respeito, Cristo deu a solução mais radical. É possível ultrapassar todas as barreiras humanas para, instantaneamente, adotar a  religião verdadeira, mesmo levando-se em consideração que o homem continuará, enquanto estiver na Terra, sendo oprimido pelas forças que nascem da matéria ajustada à sua condição de organismo vivo que tem o instinto de autopreservação.