sexta-feira, 25 de março de 2011

A religião verdadeira

O Deus que tem sido pregado por lobos e charlatães é fruto da ilusão. Veja, por exemplo, estas figuras programadas para ilustrar a ilusão de ótica. Não lhe parece que este é o Deus que, por analogia, tem sido pregado com grande estardalhaço?

Quem prega um Deus tão confuso, e passivel de tantas interpretações, com certeza nunca O conheceu. Apenas leu sobre Ele. Sua religião, portanto, é também fruto da ilusão.

A religião verdadeira é simples, clara e concisa. Seus sacerdotes não são conhecidos pela capacidade de persuasão do ouvinte por meio de palavras bem articuladas. Eles são o exemplo vivo de que estão em contato com o Deus no qual afirmam ter fé.

A religião verdadeira consiste em colocar em prática a fé e o amor, gerando as obras equivalentes em benefício do próximo.

sábado, 19 de março de 2011

A excelência aos olhos de Deus

Algumas coisas Deus fez na sua versão final e definitiva, e estas são naturalmente excelentes. Outras Ele fez com um potencial a ser realizado no tempo. O homem, por exemplo, Ele o fez racional, e permitiu que decaísse de sua excelência original, porém mantendo-o passível de realizar seu potencial humano por meio dos recursos que fazem parte de sua constituição, e seu potencial divino por meio da intermediação de Cristo.

Para Deus, o modelo de excelência está em Cristo, e todo homem, em Cristo, é excelente. Mas a prova de que o homem está em Cristo não são obras ou rituais externos, mas os frutos da fé, do amor e da esperança. Deus olha, primeiro, o interior do homem, e nenhuma obra que não seja a expressão externa de sua excelência interna tem valor para Ele. Quanto a isso, Ele prefere o indouto, o humilde e o pobre desde que eles tenham o coração puro.

Por outro lado, tudo o que, para o homem, é excelente, pode ser abominação aos olhos de Deus. O homem julga-se excelente quando tem poder, recebe glória por seus atos, e julga ter conhecimento obtido com a aplicação de sua inteligência. Com base nesses referenciais, o homem coloca-se como juíz do seu próximo. Mas, para sua decepção, Deus prefere aqueles a quem ele julga inferiores.

Sendo o homem, por natureza, egoísta, ele precisa ser confrontado com o fato de que nada do que faz para si tem valor perante Deus. Nem aquilo que ele faz para os outros com a finalidade de receber admiração. O homem precisa cuidar-se, com certeza, mas não pode esquecer jamais de cuidar do seu semelhante como se o fizesse para si mesmo, sem segundas intenções.

Além de usar todas as faculdades que o Criador lhe deu, o homem, além de creditar tudo ao poder de Deus, deve bater à porta e implorar por aquilo que Ele mesmo julga ser a fonte da excelência: um coração puro.

Excelência, para Deus, é o amor e a fé que se transformam em serviço visando a socorrer o próximo que necessita de ajuda.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Educação no Evangelho da Sabedoria

Um desafio

"Porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir nem contradizer todos quantos se vos opuserem. Lucas 21:15"

O versículo acima deixa claro que a sabedoria que vem de Deus não pode ser ensinada pelo homem. Há quem acredite que nem mesmo a sabedoria humana possa ser ensinada. Porém, toda educação que ultrapasse o mero treinamento deve visar à sabedoria. (A sabedoria é a coisa principal; adquire pois a sabedoria, emprega tudo o que possuis na aquisição de entendimento. Provérbios 4:7)

Se Deus agisse sempre a partir do interior do homem para firmar o seu caráter, a educação seria desnecessária. Todos nasceriam amando-O e ao próximo como a si mesmos. Todos já nasceriam convertidos. A pregação do Evangelho não seria necessária.

Entretanto, Deus escolheu que o homem fosse formado pela educação dos seus semelhantes. Isso, talvez, para permitir o serviço mútuo e, com ele, a aprendizagem da arte de amar. Aliás, quando Cristo pediu que Pedro apascentasse suas ovelhas, estava implícito a ideia de educação para a sabedoria. ("(...). Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. João 21:17")

A educação cristã, conforme penso, consiste em submeter cada pessoa àquelas condições necessárias para que ela nasça, cresça e se desenvolva no ambiente do Evangelho. Preparado o terreno, semeada a boa semente, e dispensados os cuidados necessários, algum eventual joio que se misture com o trigo poderá ser extirpado na hora da colheita.

Nesse ambiente, devem-se satisfazer as necessidades básicas - fisiológicas, de segurança, sociais, de (auto)estima e de autorrealização - que garantam as condições de existência sadia. Sendo necessárias, a não satisfação dessas necessidades poderá gerar o ser humano doente por deficiência de ser e, com isso, sofredor e gerador de sofrimento. Mas isso não é o bastante.

Simultaneamente, a educação deve tentar transmitir bons hábitos, virtudes e um senso crítico para a descoberta da verdade e a detecção da falsidade e do erro. Isso implica tornar a pessoa apta a usar o conhecimento reflexivo para gerar conhecimento produtivo, e não apenas tornar-se especialista num ou noutro tipo desses conhecimentos.

Porém, a meta final da educação cristã deve ser a sabedoria que vem de Deus. E isso sequer depende de escolaridade formal. Por isso, enquanto fazemos o trabalho duro que depende de nós, é preciso, simultaneamente, bater à porta e pedir insistentemente que Deus nos dê a sabedoria que Ele deseja que tenhamos.