terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O evangelho dos lobos e charlatães

Uns, pois, clamavam de uma maneira, outros de outra, porque o ajuntamento era confuso; e os mais deles não sabiam por que causa se tinham ajuntado. Atos 19:32

Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembléias; não posso suportar iniqüidade, nem mesmo a reunião solene. Isaías 1:13

Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Mateus 7:15

Deus não é fonte de confusão, mas alguns dos seus supostos representantes na Terra O desmoralizam a esse respeito. E isso pode dar-se por ignorância ou por má fé. Resumindo numa só algumas das mensagens que já ouvi de vários pregadores, de vários seguimentos cristãos, o resultado seria mais ou menos o caos que vem a seguir. Avaliei o campo cristão, não uma denominação em particular. Ajustei os discursos com minhas próprias palavras, portanto, eles passam a representar apenas uma ficção, cuja equivalência com a realidade poderá ser avaliada apenas de acordo com a experiência de cada leitor. Seguem alguns discursos típicos.

Discurso 1: "Você, meu irmão, não pode fazer nada pela sua salvação, pois ela tem seu início e finalização exclusivamente em Deus. Porém, esse processo tem alguns passos muito bem definidos, sendo que o último deles consiste no arrependimento. Contudo, quanto a isso fica uma pequena dúvida. Há quem diga que o arrependimento é precedido pela regeneração, esta vindo antes da fé. Há quem diga que a fé vem em primeiro lugar. Estou pensando em fazer um doutorado para esclarecer a dúvida. Quando eu a tiver esclarecido, voltarei ao tema, talvez daqui a uns quatro ou cinco anos. Mas, de uma coisa eu sei, e nem preciso estudar mais para afirmar: não há nada que você possa fazer pela sua salvação. Tudo já está decidido; mas, você é completamente responsável pelo que já está decidido."

Discurso 2: "Ah, meu querido irmão. Você precisa adquirir fé, pois sem fé ninguém pode ser salvo. Entretanto, saiba que a fé é dom de Deus. Se Ele não lha deu, é porque você não a merece. Meu irmão, quando Deus elege uma ovelha para o Céu, ela irá para lá, tenha ela fé ou não, faça obras ou não. Contudo, a fé vem pelo ouvir. Então, se você não ouvir, já está condenado. Mas você não pode ouvir a mensagem em qualquer lugar. Escolha alguma igreja que seja genuinamente cristã, desde que não sejam tais e tais. Por outro lado, mesmo aquelas que eu gostaria de lhe indicar já estão irremediavelmente contaminadas pelo inimigo, pois elas não reconhecem esta igreja na qual sirvo como Ministro de Deus, como sendo cristã. Satanás tomou posse de tudo, meu irmão!"

Discurso 3: "Meu irmão, Deus odeia pecadores, e exige que você seja tão perfeito quanto Ele. Mas, obviamente, isso não é possível, pois Ele é perfeito ao infinito, enquanto você é finito e, por definição, infinitamente imperfeito em relação a Ele. Arrepanda-se pois, meu irmão, e faça as obras da fé. Mas saiba que a salvação só depende da Graça, e esta, como você sabe, não é de graça, pois depende que você invista em si mesmo e desenvolva sua salvação diariamente, embora nenhuma obra que você faça seja contabilizada a seu favor. Trabalhe duro, meu irmão, mas não espere retorno, nem mesmo a esperança de ir para o Céu por causa do seu esforço."

Discurso 4: "Meu irmão, faça os sacrifícios que eu lhe estou prescrevendo. Deus, certamente, o aceitará. Ele não pode negar a si mesmo, portanto, não pode deixar de atender os sacrifícios que Ele mesmo instituiu, neste caso, por meu intermédio. Venda tudo que tem, dê-me todo o dinheiro apurado e siga-me. Eu investirei o seu sacrifício no crescimento do Reino de Deus, e Deus, que tudo vê, lhe dará a recompensa. Mas, se por acaso, depois de muito persistir, não receber o que pediu, isso é sinal de que você não tem fé. Então, pode deixar a minha igreja, pois ela só aceita pessoas de fé. Não estamos aqui para perder tempo."

Discurso 5: "Meu irmão, você nem precisa ter fé, como disseram aqueles lobos vorazes daquele ministério que você sabe qual é. Eu tenho fé suficiente por você, e montei uma equipe que tem fé para todo mundo. Venha e veja quantos milagres Deus tem feito por meu intermédio, poder que foi retransmitido aos meus auxiliares que estão nas minhas franquias, as quais pretendo espalhar por todo o mundo, se Deus quiser, é claro. Sua salvação neste ministério que Deus me deu é segura. Mas você precisa demonstrar a sua confiança repassando-me uns ridículos 30% dos seus rendimentos deste mês. Só isso. Os 70% restantes podem ficar com você, apesar de tudo ser de Deus. Veja como sou razoável! Veja os milagres que estão acontecendo por aqui e tenha certeza de que o seu investimento é seguro. Minha fé, que eu coloco gratuitamente à sua disposição, é uma fé de resultados."

Discurso 6: "Meu irmão, Deus não é um ser confuso. Se você não entendeu esta claríssima mensagem que o Espírito Santo me enviou, procure-me para esclarecimentos. Pode ser que Ele tenha endurecido o seu coração para evitar que você, compreendendo e aceitando a mensagem, seja salvo. No seu caso, pode ser que Ele o tenha reservado amorosamente para o inferno. Porém, pode ser que tudo seja o contrário do que eu disse. Que Deus o ilumine, pois se você não é capaz de entender esta claríssima mensagem, você está nas trevas. Lembre-se: - Não basta ter fé; é preciso raciocinar. Mas se o seu raciocínio levá-lo a desconfiar de mim, eu não estou nem ai, meu irmão. O problema é seu."

Eu poderia acrescentar vários outros discursos de charlatães e lobos. Mas prefiro que você mesmo fique atento para captar essas tolices.

Diante dessa confusão, a ovelha que não usa o seu senso crítico pode até sentir-se feliz, pois não percebe o que está acontecendo. Se o ambiente é neurolinguisticamente programado, o sistema nervoso da ovelha armazena somente o que interessa: sons agradáveis, músicas, cenários, gestos, promessas e os muitos "milagres" que pensa ter presenciado. Entretanto, se a ovelha analisa criticamente as várias mensagens que estão no ar, além daquelas que recebe do seu próprio seguimento, ela sente como se a sua razão tivesse que engolir um círculo quadrado sob a alegação de que isso é perfeitamente compatível com a teo-lógica, ou lógica divina.

Cheguei a sonhar com uma ovelha que, após ter sido sacrificada, teve o seu cérebro extraído para uma autopsia. Ele estava completamente deteriorado, cheio de ratos e outras coisas estranhas. Consultei algumas dessas ovelhas mais inteligentes, e pude perceber que é exatamente assim que elas se sentiam. Caso não encontre um ambiente cristão sério, onde possa repousar, uma ovelha pode encontrar a ilusão do paraíso na religião antropocêntrica, mas poderá encontrar o inferno naquela que, dirigida por um charlatão, insiste em dizer que é completamente teocêntrica.

Qual será o futuro espiritual desses lobos, doutores-charlatães e charlatães indoutos que usurpam o nome Cristo para usar em benefício próprio?

As muitas doutrinas contraditórias anulam o Evangelho de Cristo tornando-o motivo de riso para o inimigo. Entretanto, como sabemos, Cristo é manso e suave, e, sendo o Caminho, a Verdade e a Vida, não pode ser apresentado de maneira tão confusa. Ele é Amor e Razão, e mesmo que não possa ser compreendido totalmente, pode ser aceito por fé esclarecida, esta gerando os frutos do amor. Conheci pessoas que viviam verdadeiramente segundo o Evangelho, e elas eram felizes, apesar de estarem submetidas aos mesmos sofrimentos das demais pessoas.

Todos os usurpadores dizem que suas doutrinas são bíblicas. E se assim for, eles deveriam ser proibidos de interpretar a Bíblia. A sua livre interpretação, conforme tem ocorrido, deve ser considerada crime contra Deus e contra a Humanidade - falo com indignação, mas sou favorável à liberdade de consciência -. Séculos de confusão têm decorrido desde que diversos seguimentos ditos cristãos ultrapassaram a mensagem direta e simples trazida pelo próprio Cristo, e passaram a defender o direito de criar suas doutrinas indo muito além do que Ele anunciou. Eles alegam ter a chave hermenêutica, mas dizem que a chave dos seus concorrentes é falsa.

Apesar de ser um leigo, suponho que é preciso voltar ao Evangelho na sua raiz, que, conforme o próprio Cristo afirmou, consiste em "amar a Deus acima de tudo, e ao próximo como a si mesmo". Esse Evangelho traz esperança e está isento de confusão. Ele é apropriado à compreensão do indouto, mas, para os charlatães - doutos ou indoutos -, e para os lobos vorazes, ele é considerado insuficiente por ser simples demais. Eles fazem questão de tornar tudo mais complicado e inacessível para se firmarem como intermediários entre Deus e o homem. Afinal, eles vivem disso.

Que Deus nos livre dessa confusão, e que nos ilumine para que não pereçamos nas trevas da ignorância e da esperteza. Alguns entre os que julgam ter a chave do conhecimento que leva ao Céu, não entram, nem deixam que outros entrem. Já os lobos vorazes constroem suas armadilhas próximas à porta do Céu, e se extasiam com as filas enormes de ovelhas que se propõem a cair nelas.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A neurolinguística e o Evangellho de Cristo

Falo como observador

RESUMO
Nesta reflexão defendo que a excelência em comunicação, esta representada pelo uso consciente ou não da neurolinguística, pode tanto ajudar quanto atrapalhar a disseminação do Evangelho de Cristo. Tudo depende da intenção. Quando há exageros, é fácil detectar eventuais jogos de cena. Contudo, se se aproveitam dons naturais, ou se a encenação é feita profissionalmente, só Deus pode livrar as ovelhas de eventuais ciladas.

1. INTRODUÇÃO
Agostinho de Hipona, o Santo Agostinho da Igreja Católica, foi, primeiramente, professor de retórica. Ele conhecia a importância da eloquência. Quando ainda era maniqueu, convertou cristãos ao maniqueísmo. Após encontrar a verdade no cristianismo, fez o contrário.

No livro A Doutrina Cristã, Agostinho aborda os três aspectos fundamentais da evangelização: 1. descobrir a verdade na Bíblia; 2. praticar a verdade; e 3. transmitir essa verdade da melhor maneira possível, incluindo: 3.1 - instruir; 3.2 - agradar e, se necessário, 3.3 - convencer. Agostinho sabia do que estava falando.

Certo pregador do evangelho da prosperidade, ao descobrir o que realmente estava fazendo, e gostava de fazer, passou a designar-se empresário da comunicação. Há farto material seu no YouTube em que ele afirma que o segredo do crescimento da igreja não está em Deus, mas nos comunicadores possuidores de aptidões e habilidades apropriadas.

Nesta reflexão desejo apresentar a neurolinguística para quem nunca ouviu falar nela, assim como suas vantagens e riscos como arma de comunicação do Evangelho de Cristo. Agostinho dominou-a intuitivamente. Hitler a usou de forma calculada, embora não lhe tenha dado um nome. Atualmente existem estudos que a explicam detalhadamente, além de pessoas que a usam com má fé.

2. A NEUROLINGUÍSTICA
A neurolinguística, como lembrou um dos seus difusores no campo da autoajuda, representa a decodificação do processo usado intuitivamente pelos melhores comunicadores de todos os tempos e lugares. Ele lembrou, por exemplo, que a comunicação torna-se mais eficiente quando se domina a língua do interlocutor. Na China, pode ser que um estrangeiro consiga alguns resultados comunicando-se apenas por meio de gestos, mas certamente se sairia melhor se falasse chinês na sua versão local.

O discurso, veja amostras neste vídeo, é a principal arma de convencimento. O político pode conseguir mais resultados usando expressões que vão de encontro às paixões, necessidades, frustrações e esperanças do povo. No Brasil pode-se, por exemplo, usar a linguagem do futebol e do samba no que tange às paixões do povo. Em relação às suas necessidades, pode-se acionar a fome dos famintos, ou cortejar os sem teto ou sem emprego. Quanto às frustrações, pode-se acionar a necessidade de estima e autoestima. Pode-se, ainda, coroar essa comunicação compartilhando uma visão de futuro estimulante. Veja, por exemplo, um bom modelo do discurso vitorioso do Presidente Lula neste vídeo.

A neurolinguística está na essência dos grandes líderes. Entre eles, grande pregadores. Mas ela é, igualmente, a arma de Satanás como orador. Veja, por exemplo, o filme O Advogado do Diabo. Nesse filme, Al Pacino mostra o seu talento como ator que domina a arte da oratória. A Bíblia registra que Satanás tentou enganar Jesus Cristo com um discurso que visava a inflar o Seu (de Jesus) ego. Não fosse Ele o Filho de Deus, teria caído na armadilha de render-se a demonstrações do seu poder de fazer milagres e de apossar-se da glória deste mundo.

A neurolinguística consiste no uso dos estímulos capazes de mover os homens em certa direção. Na visão comportamentalista de Skinner, por exemplo, basta combinar recompensa e punição de maneira controlada para conseguir reforçar certos comportamentos e extinguir outros. Já os políticos usam as palavras, como se pode ver neste discurso de Che Guevara. Antes de ser capaz de exercer um senso crítico à altura do desafio, eu tinha Che por herói. Só mudei de opinião quando descobri que ele era apenas um homem violento à procura de um álibi para exercitar-se.

A música tem papel fundamental no amolecimento de corações e mentes. Se os sons são articulados apropriadamente, a letra nem precisa ser compreendida para se obterem os resultados desejados. Veja-se por exemplo, como foi bem vendido o nome Obama neste vídeo . Não é por acaso que Platão julgava que a música tem imenso poder para formar o caráter, podendo contribuir fortemente para transformar o animal humano num ser civilizado ou numa besta. Mais poder tem a música combinada com cenários fantásticos e gestos calculados para impressionar. Hitler e Stalin usaram bem desse conhecimento. A Coréia do Norte o tem explorado com eficiência, embora o seu povo viva na miséria. Mas não é muito diferente nos Estados Unidos, onde se usa o mesmo conhecimento de forma mais disfarçada, por meio de mensagens subliminares.

No livro Comunicação Global, a neurolinguística é indicada por Lair Ribeiro na sua versão popular para conquistar pessoas. O livro Poder Sem Limites, de Anthony Robbins, dá uma versão da mesma atrelada a aconselhamentos para que ela seja usada apenas para o bem. Já o livro A Lei do Triunfo, de Naplleon Hill, que não a conhecia como tal, dá uma síntese de como se pode preparar-se para conseguir objetivos na vida, tendo o autor o cuidado de estimular que se definam objetivos alinhados com o serviço ao próximo. No caso de Hill, ele tinha consciência de que estados de espírito adequados podem ser induzidos, embora sua manutenção seja difícil. Ele fez experimentos a esse respeito em convenções de vendas, tendo obtido resultados espetaculares na elevação do moral dos participantes.

A neurolinguísta, portanto, não é ruim em si mesma. Ela pode ser usada para o mal ou para o bem. Ela foi descoberta durante uma pesquisa financiada pelo governo americano para saber se as técnicas da psicologia realmente funcionam e porquê. O resultado foi: sim, elas funcionam, desde que por trás estejam bons comunicadores que criem empatia com seus pacientes. Richard Bandler explicou o processo no seu livro Usando Sua Mente. Bandler, conjuntamente com John Grinder, escreveram o livro Resignificando, onde demonstram o que ela é e como funciona.

Uma conclusão geral é que todo processo de comunicação eficiente usa, intuitivamente ou conscientemente, a neurolinguística. Ela consiste em acionar as chaves que abrem corações e mentes para torná-los desejosos de fazer aquilo que o comunicador ativo, para não usar o termo manipulador, deseja do seu interlocutor, ou vítima. E isso é usado em larga escala, por exemplo, na propaganda. De certa forma a propaganda trata da psicologia da influência, para lembrar um dos títulos queridos dos especialistas em marketing. Veja-se, por exemplo, INFLUENCE: The Psychology of Persuation, de Robert B. Cialdini.

O comunicador neurolinguístico tem a pretensão de poder: convencer (quase) qualquer um de (quase) qualquer coisa, como faziam os sofistas; tornar-se amado, como fazem os líderes; vender ilusões, como fazem os pregadores de ideologias; e dai por diante. Trata-se, ao estudar o assunto, de elucidar a magia da comunicação. Música, presença cênica, luzes, cheiros, etc., fazem parte do arsenal do comunicador neurolinguístico. Porém, havendo necessidades profundas a explorar, basta que ele use voz e gestos apropriados.

Um livro simples, prático e bem intencionado a respeito é o Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, de Dale Carnagie. Todos os livros sobre Como Falar em Público exploram o mesmo princípio. Enfim, trata-se de buscar a comunicação eficiente que pode, dependendo do comunicador, tornar-se manipulação eficiente. O mundo vive disso, daí que o Evangelho de Cristo não deve moldar-se ao mundo, mas buscar transformá-lo pela verdade. Num primeiro momento, a verdade pode ser amarga como o fel, embora, se compreendida e vivida, mostre-se mais doce do que o mel.

Infelizmente, algumas pessoas apossam-se do Evangelho como álibi para ganhar a vida como profissionais da comunicação. Assim, conseguem o que realmente querem: dinheiro, prestígio, emprego, viagens e outras vantagens. Os piores modelos de mercenários nesse campo passam por refinados treinamentos na arte de explorar ovelhas ingênuas e/ou emocionalmente dependentes. Se acreditassem em Deus, saberiam que o inferno os espera. Mas, há os que fazem tudo isso com a consciência limpa, por possuírem vocação para a coisa e nunca refletirem sobre os motivos que estão por trás de sua atuação.


3. ALGUNS CUIDADOS COM A COMUNICAÇÃO DO EVANGELHO
Conforme nos alertou Agostinho, o objetivo da instrução não pode ser manchado pelo agrado e pela persuasão que demanda eloquência do orador, embora não seja errado agradar e persuadir quando a verdade é conhecida, aceita e praticada pelo pregador. Mas, pode ser que o pregador seja um ator/orador nato e, neste caso, ele pode não ter consciência de que está usurpando o lugar de Jesus Cristo.

A manipulação de plateias carentes com músicas, voz modulada sob medida, apelos emocionais e outras encenações não é compatível com a decência na pregação. O uso de cantores que se tornam estrelas, e grupos musicais que imitam a música pagã excitante, são evidências de má consciência caso os atores levem alguma vantagem no processo, seja em dinheiro, seja em prestígio.

Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia (1 Coríntios 10:12), pois é preciso muita humildade para evitar os atrativos da encenação pública. Há quem use conscientemente técnicas de atração do público para, uma vez que as ovelhas em potencial caiam na armadilha, elas recebam a mensagem verdadeira. Não sei até onde é possível fazer isso sem comprometer-se com a mentira e desviar-se da missão de evangelizar para a missão de faturar, sob qualquer pretexto.

Para evitar tais males, justifica-se o culto regulado de forma que seja sóbrio e conservador. Em caso de liberdade criativa, abre-se o caminho para a simples manipulação de líderes adeptos da religião antropocêntrica. Sob esse aspecto, as críticas de alguns ateus inteligentes são pertinentes, e deveriam ser usadas como um sinal enviado por Deus para que a Igreja não se converta ao mundo, ao invés de converter o mundo.

4. CONCLUSÃO
Creio que Agostinho estava certo ao dizer que a missão do pregador deve ser instruir, agradar e convencer. Mas isso se ele está de posse de verdade, crê nela e a pratica, sem afetação. O que se tem visto por ai, em larga escala, é o cinismo de transformar a igreja em teatro, e o pregador em ator que impressiona pela presença cênica. Os ministérios de louvor costumam completar o quadro dessas encenações.

Quem deseja ser um cristão esclarecido, que se informe e se comporte decentemente para que Cristo não seja motivo de piada por sua causa. Quanto a isso, os ignorantes de boa fé estão livres de culpa; mas, aqueles que entram no jogo sabendo suas regras não têm desculpas. A comunicação eficiente ocorre, em primeiro lugar, pelo exemplo. Ela pode usar meios que agradam e persuadem, mas desde que esses meios não se tornem fins em si mesmo.

Pelo uso competente da neurolinguística, podem-se hipnotizar indivíduos, grupos de indivíduos, ou grandes populações, induzindo ovelhas indefesas a entregarem-se a lobos vorazes. As moblizações de guerra o comprovam. A propaganda moderna o comprova. Na política, ela é usada à esquerda, à direita e pelo centro. Mas ela pode ser usada na sua forma mais pura e sem manipulação pelos que defendem a verdade, como Gandhi e Martin Luther King.

Embora Gandhi e King fossem homens imperfeitos, até mais do que a maioria em alguns aspectos, foram usados para demonstrar a possibilidade de mudanças positivas profundas no mundo injusto. Só que, neste caso, é preciso ter mais coragem de morrer do que de matar, ou de perder uma causa do que vencê-la usando fraude. Os políticos em geral não entendem, ou não querem entender isso, pois adotam a neurolinguística na sua versão demoníaca. Imagine todo esse poder sendo usado malandramente em nome de Cristo visando a escravizar mentes frágeis!

No caso da comunicação do Evangelho de Cristo, melhor seria banir tudo que exalta a aparência, ficando apenas com a verdade nua e crua. A verdade é simples, é humilde, é decente. Não finge ser o que não é, nem vive de ilusões. Cristo é a Verdade, o Caminho e a Vida. Os atores do teatro deste mundo podem excitar-se à vontade, mas só encontrarão descanso na Verdade, conforme ilustra este vídeo.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Jesus Cristo entre alternativas concorrentes

Uma breve reflexão

RESUMO
A ideia básica desta reflexão é que Jesus Cristo não pode ser ignorado, seja para refutá-Lo, seja para aceitá-Lo. Argumento que, entre as alternativas que concorrem com Ele, algumas não são propriamente concorrentes, pois tratam-se de verdades universais a serem absorvidas pelo homem racional. Outras, como o marxismo, são incompatíveis com Ele. Argumento que é preciso, como sugeriu o Apóstolo Paulo, examinar todas as visões de mundo, ficar com o que é verdadeiro em cada uma delas, e submeter-se ao Evangelho como diretriz fundamental da vida com Cristo. Ressalto que os mais perigosos inimigos de Cristo são os falsos Cristãos, e não propriamente os ateus e agnósticos assumidos. Alguns fariseus aproximam-se do rebanho de Cristo para tirar vantagens pessoais do relacionamento com as ovelhas; outros criam igrejas como negócios; outros ajudam a preservar o negócio para garantir sua carreira. Os maiores inimigos de Cristo, contudo, são os marketeiros que aviltam o Seu Nome diante do mundo, e que justificam suas ações daninhas em nome do crescimento da igreja.

1. INTRODUÇÃO
O ser humano, que chamarei simplesmente de homem, não pode fazer certas escolhas ao nascer. Porém, uma vez que ele viva em sociedades abertas, e desde que aprenda a raciocinar, ele pode examinar suas condições de existência para escolher o caminho a seguir na rotatória da vida. Em algum momento ele é confrontado com a opção Jesus Cristo. E não poderá fugir de enfrentar essa responsabilidade.

Sigmund Freud, por exemplo, o ateu pai da psicanálise, afirmou que Jesus tem grande chance de ser um mito. Mas, se o for, afirmou Freud, o criador desse mito deve ser admirado por sua inteligência superior da qual fluiu tamanha criatividade. Ele ainda afirmou que a Humanidade deveria ter uma chance de viver sem Deus, para defrontar-se com a realidade da vida e assumir responsabilidades, mas concluiu dizendo que isso era apenas um hipótese, pois não poderia provar que Deus não existe.

Albert Schweitzer revisitou o Jesus histórico dos pesquisadores que O queriam restaurar, e concluiu que, se levássemos em conta as provas que eles conseguiram reunir, Jesus deveria ser considerado um mito. Entretanto, ele concluiu que "Jesus, tenha existido ou não, é fonte de força espiritual inesgotável que tem alimentado a esperança da Humanidade através dos séculos". Schweitzer vendeu tudo o que tinha e foi cuidar de leprosos na África, exatamente como foi recomendado pelo Jesus bíblico.

As afirmações de Freud e Schweitzer, entre outras, estimulam que Jesus Cristo seja levado em consideração, seja para aceitá-Lo, seja para refutá-Lo. Como guia para orientação da vida, algumas alternativas concorrem com Ele, e algumas delas podem conviver bem com Ele. Contudo, o homem que se julga capaz de raciocinar deve avaliar as principais alternativas ao seu alcance. Reflitamos sobre algumas dessas alternativas.

2. ALGUMAS DAS ALTERNATIVAS QUE CONCORREM COM JESUS CRISTO
O homem pode agir como um indivíduo autosuficiente, isolando-se de tudo e de todos, ou associando-se apenas por conveniência. Feita tal opção ele autoexclui-se da solidariedade humanista e do compartilhamento de um senso de divindade. A máxima desse tipo de vida é atribuída a Aleister Crowler, considerado satanista: faça o que quiseres que é tudo da lei, conforme ilustra a música Sociedade Alternativa, de Raul Seixas.

Contudo, Jesus Cristo, e não Crowler, foi quem trouxe a mensagem de máxima liberdade para o indivíduo: a liberdade que se conquista com a verdade sobre si mesmo e sua relação com a fonte e destino da vida. A liberdade que se preconiza para o Cristão é descrita em 1 Coríntios 6:12, onde se lê: "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma." Mas a condição para que ela se concretize é o amor, conforme se vê em 1 Coríntios 13:4, pois "O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece."

O homem pode alegar que, sendo racional, não precisa colocar Deus em evidência, pois o que dEle se pode aproveitar já está na essência humana. Quanto a isso ele poderia evocar João 1:1, apenas substituindo as palavras Verbo, Palavra ou Logos, por Razão, e o resultado seria: "No princípio era a Razão, e a Razão estava com Deus, e a Razão era Deus." Se ele entende a Razão em seu sentido profundo, agirá sempre com responsabilidade, mesmo que se diga ateu, pois substituirá o amor por respeito: a si mesmo, ao próximo, ao meio ambiente e à vida em geral. A esse respeito é sempre bom lembrar Tiago 2:19, que diz: "Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem."

O marxista tem, no comunismo, uma alternativa a Jesus Cristo que constitui uma visão de mundo completa e que O exclui por princípio, pois o primeiro fundamento do comunismo, segundo Marx, é o ateísmo. Segundo essa alternativa, o homem deve contentar-se com sua finitude sem tentar conectar-se a algo que lhe seja transcendente. A consciência humana não teria origem em algo chamado Deus, mas no próprio organismo humano vivo que se torna consciente de si no processo de vida em sociedade. Nessa perspectiva, a solução para uma sociedade justa e solidária estaria em seguir as orientações do Partido dos Trabalhadores Unidos, ou algo equivalente, abolindo as classes sociais. Essa solução é uma espécie de religião sem Deus e sem esperança que vá além desta vida, em que o "papa" é o líder de um partido dirigido por uma rede de pessoas subservientes a esse papa. Os exemplos atuais desse tipo de visão de mundo são a Coreia do Norte, Cuba, e uma China em reconciliação com a ideia de um capitalismo de Estado, porém com direção centralizada.

O homem pode, como Buda, acreditar que é potencialmente perfeito, mas que essa perfeição precisa ser atualizada por esforço próprio, mediante ajuda inicial de um guia autorrealizado. Pelo menos em seus ensinamentos populares, Buda assumia que Deus não precisa ser levado em consideração, pois, não sabendo de onde veio ou para onde vai, resta a cada homem apenas cuidar de sua vida neste mundo da melhor maneira possível. O budismo popular parece mais uma filosofia das virtudes, centrada no autocontrole, este defendido em Gênesis 4:7 "Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar."

O homem pode escolher seguir o caminho de Sócrates. Ele foi introdutor da ideia do Deus único numa Grécia que adorava muitos deuses. Sua base era racional, e pressupunha a busca do conhecimento de si mesmo partindo da aceitação da existência de um Deus que, segundo afirmou, o escolhera para alertar os homens ao seu alcance quanto à sua (do homem) verdadeira essência. A via socrática poderia ser aperfeiçoada com os ensinamentos de Platão e Aristóteles, ambos seus discípulos, produzindo homens sábios, piedosos e virtuosos. O catolicismo romano absorveu esse tipo de filosofia como sendo uma base comum da civilização e, portanto, compatível com o cristianismo na sua versão católica.

Há, ainda, uma visão de que Jesus Cristo é um símbolo de homem - Jesus - que realizou a sua divindade - Cristo -. A divindade seria a razão espiritual concedida a todo ser humano, mas que precisa ser conscientizada e vivida. Jesus, sob essa perspectiva, teria sido a encarnação do Cristo no homem. Jesus Cristo seria o Homem-Deus do cristianismo, mas Ele se realizaria em qualquer homem, em qualquer lugar do mundo em que houvesse um despartar para o autoconhecimento, que leva à relização do Cristo interior. Isso correponderia à autorrealização em qualquer filosofia ou religião.

A visão acima pode ser apresentada com diversos rótulos, tais como: unitarismo, ou universalismo, ou transcendentalismo, ou monismo, de acordo com o intérprete. No Brasil, essa visão foi defendida pelo educador Huberto Rhoden na sua "filosofia univérsica", compreendendo várias obras. Na Índia, além de Gandhi, que também buscava conhecimento em qualquer fonte que julgasse verdadeira, como o Sermão do Monte de Cristo, ela foi defendida pelo santo hindu Paramahansa Yoganda, no livro Autobiografia de um Yogue. Paramahansa, entre outros, defendeu a unidade de todas as religiões a partir do amor a Deus e ao próximo. A música Gita, de Raul Seixas, expressa a possível universalidade dessa mensagem a partir do livro sagrado hindu Bhagavad Gita. Mas, esse livro, se lido sem as explicações de sábios, como Huberto Rhoden, ou Gandhi, pode levar a grandes equívocos, inclusive justificar a guerra santa, entre outras loucuras.

Parece-me que um dos maiores concorrentes de Jesus Cristo, atualmente, é o consumismo. O homem-consumidor pode dizer-se individualista, ou coletivista, ou ateu, ou crente, ou uma combinação de tudo isso. O consumismo é uma das faces da adoração de Mamom - o dinheiro -, mas tem outros aspectos que lhe são inerentes, como a ânsia pelo entretenimento. Não é incomum, mesmo em igrejas protestantes históricas, que o pregador haja como um humorista cujo sucesso depende de fazer sua plateía rir à vontade. Com isso ele mantém a igreja-teatro sempre cheia.

3. O ENCONTRO COM JESUS CRISTO
Alguns dos caminhos apresentados anteriormente não precisam concorrer com o caminho indicado por Jesus Cristo. Alguns são verdadeiros, e até necessários à vida saudável, sendo compatíveis com a mensagem de Cristo. É o caso, por exemplo, dos aspectos universais das filosofias de Sócrates, Platão e de Aristótles. Parte da filosofia de Platão foi absorvida por Agostinho de Hipona e incorporada ao cristianismo. A filosofia de Aristóteles foi reinterpretada por Tomás de Aquino e absorvida na sua teologia cristã. Os Reformadores Protestantes Lutero e Calvino, embora tenham rejeitado a inserção da filosofia de Aristóteles na doutrina de Cristo, endossaram alguns aspectos da filosofia platônica.

Quanto à filosofia de Sócrates, do qual Platão e Aristóteles foram discípulos, interpreto-a como a filosofia da busca. No caso, parte-se da revelação geral de que Deus existe e tem um plano para cada pessoa, mas cada pessoa deve fazer sua própria investigação, sempre buscando, batendo à porta e pedindo sabedoria. A busca do conhecimento e, em especial, a busca do autoconhecimento, seria o motor dessa filosofia socrática que, segundo posso avaliar, consiste no uso da razão para descobrir a verdade. E conforme foi dito: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. João 8:32".

Há bons exemplos de pessoas que chegaram a Cristo pelo uso da razão. Nesse tipo de via pode-se, num primeiro momento, até conluir que Jesus Cristo não é o melhor modelo de homem. Este foi o caso de Bertrand Russel, um homem inteligente de comportamento moral exemplar. Esse tipo de conclusão é reforçado por evidências de que coisas ruins têm sido perpetradas pelos supostos seguidores de Cristo ao longo do tempo, como guerras e injustiças diversas. Há, ainda, vendedores de ilusões que falam em nome de Cristo, como ilustra a música Pastor João, de Raul Seixas.

Contudo, Bertrand Russel tirou conclusões antes de completar suas pesquisas. Outros homens de grande capacidade intelectual foram mais longe, passando pela posição ateísta de Russel, porém superando-a. Os modelos clássicos de homens racionais que encontraram Cristo após intensa busca são, entre outros: Agostinho de Hipona, C. S. Lewis e G. K. Chesterton. Agostinho veio a tornar-se o Santo Agostinho da Igreja Católica Romana, tendo registrado sua conversão no livro Confissões, entre outros clássicos do pensamento filosófico ocidental. Seu clássico A Doutrina Cristã, sintetiza o que ele entendeu como sendo o cristianismo verdadeiro. Lewis descreveu sua experiência no livro Surpreendido pela Alegria, enquanto Chesterton registrou sua experiência no livro Ortodoxia.

Mas, há outras maneiras de chegar a Cristo além do uso intencional da razão: o amor e o sofrimento. Ao amar o próximo como a si mesmo, mesmo sendo ignorante quanto a Deus, o homem pode ser surpreendido pela alegria de saber que Deus o acolheu. Mas esse acolhimento pode ocorrer, por outro lado, por um pedido de socorro verdadeiro e disposto à conversão de vida, após ser esmagado por sofrimento indizível. Os que amam, e os que sofrem, estão em condições de buscá-Lo, ou de serem buscados por Ele. Jesus Cristo mesmo ilustrou essas possibilidades.

4. CONCLUSÃO
Em síntese, entre todas as alternativas concorrentes, Jesus Cristo é aquela que traz a maior esperança e que pode dar mais significado à vida. Algumas entre as alternativas apresentadas nem são concorrentes, pois podem conviver lado a lado com a mensagem de Cristo. Uma boa filosofia pagã, por exemplo, que considera as virtudes como necessárias à vida saudável, pode ser absorvida, pois é um pressuposto que os que forem libertos por Cristo terão uma vida virtuosa, embora sua salvação não dependa de suas virtudes.

Por outro lado, o Nome de Jesus passou a ser vendido no mercado como um produto capaz de render altos dividendos, seja em dinheiro, seja em milagres. Certo negociante da fé chegou a afirmar que "Deus é um produto que quase se vende sozinho". Porém, não importa o quanto o Seu Nome seja usado como álibi por pessoas desonestas e exploradoras das carências humanas. Tudo isso já fora previsto por Ele. Tais usurpadores são como o joio que cresce com o trigo, e que será separado na colheita. Veja uma análise crítica dos marketeiros usurpadores do poder de Deus diante do povo ignorante neste vídeo.

Uma grande esperança permanece nas Palavras de Cristo, que se colocou como intermediário entre o homem e sua verdadeira origem e destino. Ele ensinou a orar ao Pai em Mateus 6:9-13, e ainda ressaltou em Lucas 11:9, em relação ao Pai: "E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á". De fato, mesmo sendo enganados por usurpadores do poder de Deus, muitas pessoas ingênuas de boa fé têm encontrado a paz que supera todo entendimento. Neste caso, o problema será dos usurpadores, mas é sempre bom identificá-los e abandoná-los.

Contudo, o ponto central a considerar é que o Evangelho de Jesus Cristo não é uma teoria a ser recitada e defendida. É preciso, como Ele mesmo disse, praticá-lo no dia-a-dia, embora, pela condição inerente ao homem, essa prática tenha altos e baixos. Não há outro meio de chegar a Deus. Algumas ações que são compatíveis com esse compromisso:

Cuidar dos órfãos e das viúva nas suas tribulações;
Fazer aos outros aquilo que gostaríamos que eles nos fizessem;
Cumprir os deveres para com o Estado (dar a César o que é de César);
Produzir o máximo, consumir o mínimo, e distribuir o máximo aos necessitados, mas, sobretudo, ajudando-os a tornarem-se autossustentáveis;
Ajudar o próximo a encontrar a Verdade que liberta;
Buscar a Deus individualmente ou em grupo, no silêncio ou na exaltação pública, de acordo com o temperamento de cada um, mas tomando o cuidado de que não preveleça a virtude das aparências, isto é, o farisaísmo.

Enfim, produzir os frutos dos desdobramentos da missão de "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".