domingo, 15 de janeiro de 2012

A fragilidade do discurso sobre Deus

Pode o crente convencer alguém sobre a existência de Deus quando a sua vida é um exemplo de que Deus não existe para si? Sim, ele pode convencer algumas pessoas de razão deficiente.

Pode o ateu convencer alguém de que Deus não existe quando é fato que ele nunca O pesquisou da forma apropriada, com fé e amor? Sim, ele pode convencer algumas pessoas de razão deficiente.

Pode o crente fazer diferença quando acredita em Deus da mesma forma que os demônios acreditam? Tiago desmoralizou esse tipo de crente, e melhor seria que ele se calasse.

Deus, que por definição é incompreensível, não é acessível de forma objetiva à razão finita.

Deus, como mistério, só é acessível aos místicos; mas, a experiência do místico só é suficiente para si mesmo. Se ele tornar-se pregador antes de ser um exemplo vivo da ação divina nele, é justo que seja tido por charlatão.

O ateu está certo: Deus não existe para si. O crente também está certo: Deus existe para si. Entretanto, se Deus é Deus, Ele transcende a existência material, permeia tudo e é independente de tudo, acredite-se nEle ou não.

Deus, como palavra, é nada. Como termo técnico, é uma convenção. A "coisa em si", o que ela é? Deus é um bom nome para ela?

O ateu teórico pode estar mais alinhado com a prática do amor de Deus do que o crente teórico, este, muitos vezes, um ateu prático.

É preciso, pois, reconhecer a fragilidade do discurso sobre Deus. Os que acreditam que Deus é amor sabem que nenhum discurso pode explicar o amor. Ele só pode ser vivido.

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