quarta-feira, 16 de junho de 2010

A doutrina mínima

Em minha opinião, o cristão, como a criança, deve começar sua vida num ambiente de doutrina mínima: o amor. Na forma como Jesus Cristo resumiu essa doutrina, ela subentende o amor a Deus e ao próximo. Mas, é preciso tomar cuidado para que essa doutrina não sofra as divisões tradicionais, do tipo fé ou obras. Ela deve ser aceita como a síntese perfeita que incorpora tudo o que é necessário à salvação.

A prática do amor é problemática no mundo onde cada pessoa aprende a aferir a sua importância pelo dinheiro, ou posição social, ou outros tipos de poder que acumula. A pessoa que assim pensa torna-se pragmática ao extremo, e não acredita em princípios. Se a criança não receber os cuidados básicos, e se não viver em um ambiente de amor, ela não compreenderá a línguagem do amor. Ao contrário, poderá tornar-se hipócrita. O mesmo ocorre com o cristão iniciante.

Pode ocorrer que algumas pessoas, mesmo que tenham sido criadas num ambiente de amor desinteressado, desviem-se desse caminho. Isso acontece especialmente quando buscam o benefício próprio em tudo que fazem, ignorando as necessidades e interesses do outro. Para elas não basta uma doutrina mínima. Elas necessitam de uma doutrina detalhada. Outras pessoas sentem necessidade de doutrinas que sejam restritas ao seu grupo. Muitas vezes elas participam de intermináveis discussões sobre assuntos que não entendem, manipulando-os por meio de artifícios retóricos.

Contudo, algumas pessoas, após viver e analisar doutrinas diversas, acabam chegando à conclusão de que devem voltar à doutrina mínima centrada no amor. Assim, após demorados períodos de estudos e reflexões, descobrem que a verdade já era conhecida em sua infância, mas que foi necessário redescobri-la. Talvez por isso Jesus tenha afirmado que a Lei e os Profetas se resume na lei do amor a Deus e ao próximo, por meio da Sua intercessão.

Os que persistem na arrogância, contudo, não se contentam com tamanha simplicidade. Continuam mergulhando na areia movediça das discussões sem fim, pois tornam-se escravos do intelecto orgulhoso. Quanto mais estudam mais se afastam da verdade, pois julgam possuí-la quando, de fato, estão perdidos no pântano das opiniões e das crenças infundadas.

As pessoas que assumem essa atitude conscientemente decidiram viver separadas de Deus. Para elas não há solução. Se esse comportamento é devido a alguma doença da alma, fica a dúvida: - como serão tratadas pelo Criador? E a única resposta que tenho para essa pergunta é: - só Deus sabe! Mas, eu espero que sua doença seja levada em consideraçao.

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